I
Morava ao lado sul da grande montanha dos desprezares. Em uma cabana de
tons rústicos
e cativantes, tinha uma porta proporcional mais de primeira vista não aparentava ter janela. Era uma
bela morada.
Chama atenção um jardim de grama natural
aparentemente muito bem cuidado com todas as rosas possíveis pra àquela região, também dava pra notar algumas árvores frutíferas com frutos fresquinhos a ponto de
se lambuzar. O que ligava o portão, de madeira todo enroscado com galhos de uma
"trepadeira", era um estreito e delicado caminho de pedras roxas.
Muitos traçavam esse caminho e eu diria com
freqüência.
As vezes só
pra olhar o belo jardim, já em outras para: bater, entrar e ficar. Não se sabia ao certo o porque da moradora
escolher um lugar assim pra viver ou a razão de morar sozinha.
A moça tinha o nome de Susana A Todas as manhãs ia ao jardim contemplar os que
passavam por ali, ficava horas rindo das palavras de um velho homem que à visitava. O homem a elogiava, não conseguia entender como era
perfeita sua simetria, seus trejeitos e encantos. Talvez um amor ali tivera mais não rotulado pelos dois mais o que
se via era um sentimento sem explicação e subentendido.
II
Eram 9:23 e Susana acabava de cuidar do jardim, suas mãos pequenas e delicadas estavam sujas de terra
fresca. O dia na montanha hoje estava ensolarado, mais isso não animava a moça.
Caminhou pelas pedras roxas em direção a porta da cabana. Entra.
Os moveis eram feitos com madeira antiga de demolição, com mais de cinqüenta anos, eu não diria que eles eram coloniais a sua aparência era bem rústica. Sobre
o aparador de três tampos tinha o livro que Susana
estava lendo, alguma coisa sobre filosofia, história ou quem sabe algum drama de Bogdan Hasdeu. Ao entrar via-se um armário de duas portas peroba, nele tinha alguns rosés, tintos e tuiça.
A moça entrou pela sala limpou as mãos no lavador, depois se sentou em uma cadeira de balanço e olhando
pela janela pensava: "Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente", uma lágrima escorre no rosto.
Na mesa alguns blintzes frescos, Susana levantou e foi provar do agrado
que o velho homem tinha lhe dado mais cedo. Tinha uma foto de um casal no
aparador ao lado do livro, e ao virar o rosto Susana a fitou. "Conservar
algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te."
Dor, silêncio...

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