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terça-feira, 13 de março de 2012

Corriqueiros detalhes dela


I

Morava ao lado sul da grande montanha dos desprezares. Em uma cabana de tons rústicos e cativantes, tinha uma porta proporcional mais de primeira vista não aparentava ter janela. Era uma bela morada.
Chama aten
ção um jardim de grama natural aparentemente muito bem cuidado com todas as rosas possíveis pra àquela região, também dava pra notar algumas árvores frutíferas com frutos fresquinhos a ponto de se lambuzar. O que ligava o portão, de madeira todo enroscado com galhos de uma "trepadeira", era um estreito e delicado caminho de pedras roxas.
Muitos tra
çavam esse caminho e eu diria com freqüência. As vezes só pra olhar o belo jardim, já em outras para: bater, entrar e ficar. Não se sabia ao certo o porque da moradora escolher um lugar assim pra viver ou a razão de morar sozinha.
A mo
ça tinha o nome de Susana A Todas as manhãs ia ao jardim contemplar os que passavam por ali, ficava horas rindo das palavras de um velho homem que à visitava. O homem a elogiava, não conseguia entender como era perfeita sua simetria, seus trejeitos e encantos. Talvez um amor ali tivera mais não rotulado pelos dois mais o que se via era um sentimento sem explicação e subentendido. 

II
Eram 9:23 e Susana acabava de cuidar do jardim, suas mãos pequenas e delicadas estavam sujas de terra fresca. O dia na montanha hoje estava ensolarado, mais isso não animava a moça.
Caminhou pelas pedras roxas em direção a porta da cabana. Entra.
 Os moveis eram feitos com madeira antiga de demolição, com mais de cinqüenta anos, eu não diria que eles eram coloniais a sua aparência era bem rústica. Sobre o aparador de três tampos tinha o livro que Susana estava lendo, alguma coisa sobre filosofia, história ou quem sabe algum drama de Bogdan Hasdeu. Ao entrar via-se um armário de duas portas peroba, nele tinha alguns rosés, tintos e tuiça. 
A moça entrou pela sala limpou as mãos no lavador, depois se sentou  em uma cadeira de balanço e olhando pela janela pensava: "Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente", uma lágrima escorre no rosto.
Na mesa alguns blintzes frescos, Susana levantou e foi provar do agrado que o velho homem tinha lhe dado mais cedo. Tinha uma foto de um casal no aparador ao lado do livro, e ao virar o rosto Susana a fitou. "Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te." 
Dor, silêncio...

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